Nos quinze anos de pesquisa, descobrimos vários fatos curiosos, alguns que nenhum Marchesan poderia imaginar que existisse. Foram descobertos vários logradouros, lugarejos instituições em homenagem a algum membro da nossa família. Mais curioso ainda são fatos como nome de pessoas, nome de cidade e nome de idioma como o nosso sobrenome. A seguir citaremos algumas dos fatos curiosos relacionados a nossa família ou ao nosso sobrenome.
I) NOME DE RUAS E AVENIDAS:
1) SÃO SEPÉ (Rio Grande do Sul)..................................Rua Vitélio Marquezan
2)PALMITINHO (Rio Grande do Sul)..............................Rua José Marchesan
3)CATUÍPE (Rio Grande do Sul).................................Rua Giocondo Marchesan 4)PALOTINA (Paraná)................................................Rua Ângelo Marquezan
5)SÃO DOMINGOS (Santa Catarina)...........................Rua Euclídes Marchesan
6)MATÃO (São Paulo)................................................Av. Marchesan
7)MATÃO (São Paulo)...................................................Av. João Marchesan
8)MATÃO (São Paulo)...................................................Av. Odone Marchesan
9)MATÃO (São Paulo)....................................................Av. Milton Marchesan
10)ITAPUÍ (São Paulo)...................................................Rua José Marchezan
11)RIBEIRÃO PRETO (São Paulo)....................................Rua Rômulo Marchesan
12)JAÚ (São Paulo).......................................................Rua Inocêncio Marchesan
13) JAÚ (São Paulo)........................................................Rua José Marchesan
14) JAÚ (São Paulo).........................................................Av. Diógenes Marchesan
15) ESTEIO (Rio Grande do Sul)......................................Rua Laurindo Marchesan
16) TREVISO (Treviso)......................................................Via Angelo Marchesan
17) FELTRE/Villebruna (Beluno)..........................................Via Ilario Marchesan
II) NOME DE PRAÇAS:
1) SÃO CAETANO DO SUL (São Paulo): Praça Celso Wlademiro Marchesan.
2) CAORLE (Veneza-Itália): Piazzeta Marchesan.
3)RIO VERDE DE MATO GROSSO (Mato Grosso): Praça Martin Pedro Marchezan.
III) NOME DE LUGAREJO
1) CONCÓRDIA (Santa Catarina): Linha Marchesan.
IV) NOME DE RODOVIA:
1) SILVEIRA MARTINS / SANTA MARIA (Rio Grande do Sul) Rodovia que liga a RST 287 a Silveira Martins. Também em homenagem ao político Nelson Marchezan, falecido em fevereiro de 2002. Rodovia Nelson Marchezan.
V) NOME DE VIADUTO:
1) MATÃO (São Paulo): Viaduto Angelina Marchesan - Rodovia Washington Luiz, acesso para a cidade de Matão.
VI) NOME DE HOSPITAL:
1) CANOAS(Rio Grande do Sul) Hospital de Pronto Socorro Nelson Marchezan O HPS Nelson Marchezan possui este nome em homenagem ao político Nelson Marchesan, um dos maiores nomes da nossa família. Foi vereador em Santa Maria, deputado estadual duas vezes, secretário de governo estadual, deputado federal por cinco vezes, secretário de governo federal etc. A inauguração do HPS Nelson Marchezan aconteceu no dia 19 de dezembro de 2005. Está localizado no Bairro Mathias Velho, rua Caçapava nº 100 esquina rua Florianópolis. Possui 8 mil metros quadrados com custo de R$ 25 milhões, sendo que R$ 3 milhões foram repassados pela União ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e o restante correspondeu a investimento da Administração Solidária do município de Canoas. Possui 123 leitos, sendo 70 para internações, 11 para UTI, 8 para sala de recuperação e 34 para emergências. Conta com 4 centros cirúrgicos que deverão realizar em torno de 720 cirurgias por mês. Serão atendidas em torno de 500 pessoas por dia e beneficiará 750 mil moradores da região metropolitana. Seu atendimento é 100% pelo SUS e um centro de excelência em atendimento de emergência e urgência. Além da população de Canoas, ainda serão atendidos pacientes das cidades de Sapucaia do Sul, Campo Bom, São Leopoldo, Esteio, Nova Santa Rita, Cachoeirinha, Triunfo e Portão. Os atendimentos abrangem as áreas de cirurgia geral, traumatologia, cirurgia plástica, neurocirurgia, terapia intensiva e radiologia. Esta importante obra que recebeu o nome de Nelson Marchezan, será uma homenagem a altura do que foi este grande membro da família Marchesan. (No livro estará a biografia completo de Nelson Marchezan o qual é bisneto dos imigrantes Luigi Marchesan e Giusepina Geremia, o imigrante nº 4 que veio para o Rio Grande do Sul. Veja um resumo de sua biografia no final desta página).
VII) NOME OUTRAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE:
1) SÃO BORJA (Rio Grande do Sul): Unidade Básica de Saúde Pedro Miguel Marchezan. 2) LUIS EDUARDO MAGALHÃES (Bahia): Centro de Saúde Moacir Marchesan.
VIII) NOME DE INSTITUIÇÕES EM HOMENAGEM A DESC. DE MARCHESAN:
1) SANTA MARIA-São José da Porteirinha (Rio Grande do Sul)-Colégio Valentin Bastianello > Neto de Rosa Marchesan e bisneto de Francesco.
2) SANTA MARIA (Rio Grande do Sul): Rua Vereador Eugênio Bolson > Filho de Rosa Marchesan e neto de Francesco Marchesan.
3)SANTA MARIA (Rio Grande do Sul): Av. Ângelo Bolson > Filho de Rosa Marchesan e neto de Francesco Marchesan.
4)SÃO JOÃO DO POLESINE (Rio Grande do Sul) Rua A.Ceretta.
5)BAURÚ (São Paulo): Rua Benito Alegro > Filho de Luiza Alegro e neto de Innocente Marchesan.
IX) NOMES DE PESSOAS INSPIRADOS EM NOSSO SOBRENOME:
1) FORTALEZA (Ceará): Marchezan Nacarato da Rocha.
2) SÃO PAULO (São Paulo): Marquesan Lima Gomes.
3) GUAJARÁ MIRIN (Rondônia): Marquezam Alves Amorin.
4) SANTO ANDRÉ (São Paulo): Marquesan Medeiros.
5) CABROBÓ (Pernambuco): Marquezan Lima.
6) FORTALEZA (Ceará): Marquezan Lima (outro).
7) GUARULHOS (São Paulo): Marquesan Alexandro.
8) RECIFE (Pernambuco): Marchezan Albuquerque.
9) GOIANIA (Goiás): Marquezan Lacerda.
10) PALMAS (Tocantins): Marquezan Correia.
11) DIANÓPOLIS (Tocantins): Marquezan Alves.
12) GOVERNADOR NUNES FREIRE (Maranhão): Marquezan Sá.
13) ITAITUBA (Pará): Marquezan Mello.
14) RIO DE JANEIRO (Rio de Janeiro): Marquezan Prado Oliveira da Silva.
15) CAXIAS (Maranhão): Marquezan Santos Oliveira.
16) SOBRAL (Ceará): Marquezan dos santos.
17) INDEPENDÊNCIA (Ceará): Mraquezan Araújo.
18) BRASÍLIA (Distrito Federal): Marquezan Duarte.
19) ACARAÚ (Ceará): Marquezan Silveira.
20) PATU (Rio Grande do Norte): Marchesan Lima dos Santos e seu filho Marchesan Lima dos Santos Júnior.
21) ALTAMIRA (Para): Marchezan Oliveira de Sousa.
22) SÃO PAULO (São Paulo): Marquesan Castro da Silveira.
(Existem muitos outros).
Falei com algumas das mães destas pessoas para saber por quê colocaram este nome em seus filhos e a resposta era a mesma: "eu ouvi este nome e achei bonito". Veja então, que não somos apenas nós que achamos este "nome" bonito! Abaixo está a cidade de Markesan, nome escolhido por um americano que ao ser indagado por quê escolheu este nome, respondeu: "por que soa bem". Se estas pessoas, que não são Marchesan, disseram isso, imagina nós!
X) NOME DE CIDADE COM O NOSSO SOBRENOME:
1) Cidade de MARKESAN: Localizada no Estado de Wisconsin, nos Estados Unidos (toda a sua história está no nosso livro).
XI) NOME DE IDIOMA COMO O NOSSO SOBRENOME:
1) Idioma MARQUESAN: (Falado nas Ilhas Marquesan, na Oceania (este assunto também encontr-se com detalhes no nosso livro).
XII) MAIOR NOME DE UM MEMBRO DE NOSSA FAMÍLIA:
1) Ronaldo Casemiro Marchesan Berleze Lorenzen Pippi.
2)Felipe Davi Marchesan Berleze Lorenzen Pippi: Irmão que vivem em Santa Maria-RS.
XIII) CASAMENTO ENTRE DOIS MEMBROS DA FAMÍLIA MARCHESAN:
1) JOSÉ MARCHESAN e ANA MARGARITA MARCHESAN: Viveram em Cruz Alta (?) no Rio Grande do Sul. 2) IVANO MARCHESAN e ANTONIA MARCHESAN: Viveram em Castello di Gôdego na província de Treviso (Itália). 3)EUGÊNIO MARCHESAN e PAOLA MARCHESAN: Vivem em Castello di Gôdego também em Treviso. Visitaram Santa Maria em janeiro de 2005.
XIV) O POLÍTICO NELSON MARCHESAN
NELSON MARCHEZAN
“É começando a vida com trabalho e humildade que se tem a verdadeira noção de justiça, luta e sabedoria"
Muitos membros da nossa família se destacaram nos mais diversos tipos de atividades, mas quem mais se destacou foi sem dúvida o de Nelson Marchezan que ficou conhecido em todo o Brasil e até fora dele através da política. Marchezan, como era chamado, se tornou um orgulho para nós que portamos este sobrenome e um exemplo pela sua retidão e coerência no que defendia, o que pode ser testemunhado por quem o conheceu, pelos milhares de eleitores que sempre nele confiaram através do voto nas urnas e também pelo que veremos a seguir.
Nelson Marchesan nasceu em Arroio Grande, interior de Santa Maria no Rio Grande do Sul no dia 04 de maio de 1938, era filho de Guido Marchezan e Maria Colpo Marchezan, neto de Emílio Marchesan e Romana Nodari. Seu bisavô era o imigrante Luigi Marchesan casado com Giuseppina Geremia.
Iniciou seus estudos em Vale Vêneto e a seguir, no colégio Santa Maria. Nelson era de origem humilde e quando foi para Santa Maria para seguir seus estudos, teve dificuldade para se manter necessitando trabalhar nos mais diferentes tipos de atividades. Paralelamente aos estudos teve que trabalhar como garçom, motorista, arquivista do bispado e bancário.
Mais tarde realizou concurso público para o Banco do Brasil sendo aprovado e assumindo seu cargo nesta instituição onde trabalhou toda a sua vida sempre que não exercia um cargo político.
Fez a faculdade de direito na Universidade Federal de Santa Maria, exercendo também a profissão de advogado.
Mas a sua carreira política iniciou mesmo em 1959 quando se candidatou a vereador em Santa Maria pelo Partido Democrata Cristão (PDC) mesmo contra a vontade de seu pai Guido. Veja que já na sua primeira candidatura a um cargo político e com apenas 21 anos de idade, conseguiu eleger-se. Exerceu seu cargo de vereador até 1962.
Em 1962 lançou-se como candidato a deputado estadual, também pelo PDC e novamente elegeu-se, começando a mostrar a fibra deste sobrenome. Neste ano, Marchezan foi o deputado mais jovem a se eleger no país inteiro, com apenas 24 anos. Durante este período foi líder de seu partido, o PDC, na assembléia legislativa. Exerceu seu mandato na assembléia legislativa de 1962 até 1966.
Voltou a receber o apoio de milhares de eleitores em 1970, quando novamente foi eleito deputado estadual, exercendo este cargo de 1970 até 1974. Durante este período exerceu o cargo de vice-líder do seu partido na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Foi escolhido pelo governador Euclídes Triches para o cargo de Secretário do Trabalho e Ação Social. Neste mesmo período recebeu o “Prêmio Springer Para um Rio Grande Maior” por duas vezes. Esta premiação era dada com escolha realizada pelos jornalistas políticos gaúchos da época.
Em 15 de novembro de 1974 era eleito deputado federal exercendo seu primeiro mandato de 1975 até 1978.
Em 15 de novembro de 1978 era eleito para o seu segundo mandato de deputado federal que exerceu de 1979 até 1982. Já em 1979 foi chamado de “Líder da Abertura” na câmara dos deputados conseguindo a aprovação da anistia ampla, pois poucos como ele trabalharam e tiveram tanta influência para que fosse aprovada a anistia desta forma. Neste mandato foi líder do governo na câmara federal no biênio 79-80 durante o governo do presidente Ernesto Geisel sendo também indicado por este para a secretaria-geral da ARENA mostrando o caráter e a fibra de Nelson Marchezan para ser escolhido por um presidente da república para exercer tais funções.
Neste mesmo mandato também chegou a exercer a presidência da câmara dos deputados no biênio 81-82, sendo o primeiro gaúcho a ocupar este cargo.
Em 1983 Marchezan partia para o terceiro mandato de deputado federal ao ser eleito em 15 de novembro do mesmo ano com 238.847 votos, sendo a terceira mais expressiva votação do país para este cargo.
Durante este mandato, novamente Nelson Marchezan volta exercer a função de líder do governo na câmara, agora no governo do presidente João Batista de Figueiredo. Também neste mandato mais uma vez é eleito presidente da Casa no biênio 83-84, sempre trabalhando para a abertura política ampla.
Quem conheceu e quem acompanhou a trajetória de Nelson Marchezan, soube como era o seu caráter, coerência e postura na política. Estas qualidades o levaram a ponto de em 1984, ser convidado por Tancredo Neves para integrar a sua chapa como candidato a vice-presidente, pois Marchezan era o homem ideal para compor aliança que Tancredo queria formar para enfrentar o candidato governista Paulo Maluf. Marchezan era o líder do governo no congresso, era muito respeitado na Casa e possuía grandes amizades com colegas das duas correntes partidárias tendo ainda uma capacidade incrível de persuasão. Mas Marchezan não aceitou. Preferiu ser fiel ao presidente João Figueiredo que lhe havia confiado a missão de liderança do governo na câmara e de quem era uma pessoa de confiança e amigo particular, mostrando mais uma vez não ser um político oportunista. No lugar de Marchezan foi então escolhido José Sarney. Em 1985 foi então realizada a eleição indireta entre Paulo Maluf e Tancredo Neves. O resultado desta eleição como todos sabemos deu a vitória a Tancredo e que, como todos sabemos, por uma infelicidade quem acabou sendo o presidente do Brasil por um período de cinco anos, foi José Sarney que estava no lugar que Tancredo havia oferecido a Marchezan.
A terceira chance de chegar ao Palácio Piratini veio em 1986 quando foi convidado pelo candidato do PMDB Pedro Simon para ser seu vice, mas que acabou sendo vetado por peemedebistas que eram ligados ao então senador José Paulo Bisol. Neste ano Pedro Simon elegeu-se governador.
A quarta oportunidade de chegar ao governo do Rio Grande do Sul foi em 1990 quando foi o escolhido pelo seu partido, o PPR, tendo como vice Maria do Carmo Bueno Garcia. Desta vez Marchezan acabou sendo derrotado pelo candidato do PDT Alceu Collares.
Em 1992 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Mello para o cargo de Secretário Nacional de Comunicações, uma secretaria com status de ministério. Mesmo antes de se falar no impeachment do presidente, Marchezan já discordando de certas decisões presidenciais, acabou pedindo demissão do cargo.
Em 1994, oito anos após o último mandato como deputado federal, candidatou-se novamente ao cargo sendo eleito com 60.000 votos, retornando a Brasília para o seu quarto mandato na câmara federal. Neste período em 1995, Marchezan optou por filiar-se ao PSDB onde parecia reconciliar-se com alguns princípios de seu primeiro partido, o Partido Democrático Cristão (PDC).
Em 1998 candidato-se pela quinta vez a uma vaga na câmara dos deputados, agora pelo PSDB, sendo novamente eleito com 52.410 votos. Neste mandato Marchezan voltou com toda a garra e energia que lhe eram características. Participou como presidente da CPI dos medicamentos. É de sua autoria o projeto que criou a Bolsa-Escola, lei que garante renda mínima para famílias carentes que mantiverem os filhos na escola. Como o próprio Ministro da Saúde na época José Serra afirmou, foi seu braço direito no congresso em vários projetos do governo Fernando Henrique Cardoso, como por exemplo, o combate ao abuso no preço dos medicamentos e implantação dos remédios genéricos. Também neste período foi presidente do seu partido (PSDB) no estado.
Nelson Marchezan lutou incessantemente pela conclusão da BR 158, trecho que ligará Santa Maria a Rosário do Sul e que encurtará a ligação do centro do estado com a fronteira em cerca de cem quilômetros. Lutou também pela liberação de recursos para o Hemocentro Regional e o Pronto Socorro Regional do Hospital Universitário de Santa Maria.
Por tudo isso que Nelson Marchezan fez nada mais justo do ser homenageado com seu nome dado ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas (como vimos acima).
Faleceu com apenas 64 anos no dia 11 de fevereiro de 2002, um domingo de carnaval, em sua fazenda em Pantano Grande de infarto agudo do miocárdio e foi sepultado em Porto Alegre no Cemitério João XXIII. Isto é um pouco da história de Nelson Marchezan, membro de nossa família que mais divulgou e enalteceu o sobrenome Marchesan.
XV) O DEPUTADO FEDERAL PELO RIO GRANDE DO SUL, NELSON MARCHEZAN JR.
Nelson Marchezan Júnior nasceu em 30 de novembro de 1971 em Porto Alegre, é filho de Nelson Marchezan, já falecido (visto no capítulo anterior), e de Maria Helena Bolsson Marchezan. Neto de Guido e Maria Colpo, descendente dos imigrantes Luigi Marchesan e Giuseppina Geremia que vieram para o Brasil em 1886.
Cursou Educação Física, na ESEF/UFRGS, e Comunicação Social, na PUC/RS. É advogado, formando-se em 1995 em Ciências Jurídicas pela Unisinos, tendo atuado durante oito anos nas áreas cível e comercial. Cursou também pós-graduação em Gestão Empresarial na Fundação Getúlio Vargas.
Em 2002, disputou sua primeira eleição e se elegeu para uma cadeira na Câmara Federal. Embora eleito com expressiva votação (61.068 votos), uma liminar da Justiça Eleitoral impediu sua diplomação por considerar que sua filiação partidária fora realizada fora do tempo hábil.
Em 2003, foi convidado a assumir o cargo de Diretor de Desenvolvimento, Agronegócios e Governos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul – Banrisul. Nesta função trabalhou com repasse de recursos para o setor público e privado e com financiamento agrícola e pecuário, além de administrar produtos e serviços para a gestão pública municipal.
No início de 2006, Nelson Marchezan Júnior licenciou-se do Banrisul para dedicar-se a sua segunda eleição. Presidente do Diretório Metropolitano do PSDB, Marchezan Júnior concorreu a uma cadeira na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Usou como slogan em sua campanha eleitoral a frase “Uma nova geração, o mesmo compromisso”. Sua campanha mobilizou membros da Família Marchesan em todo o estado do Rio Grande do Sul. No final Nelson Marchezan Júnior se elegeu com 45.604 votos de todos os municípios gaúchos.
Em 2008 foi o escolhido para ser o candidato, pelo seu partido, a Prefeitura de Porto Alegre. Usou o slogan “Saúde, Porto Alegre” e ao final conquistou 22.365 votos.
Em setembro de 2009, recebeu o “Prêmio Springer Carrier-ARI por um Rio Grande Maior”. O objetivo deste prêmio é destacar o trabalho dos parlamentares gaúchos no desenvolvimento socioeconômico do Estado. Sua escolha é feita através de um júri formado por jornalistas políticos de diversos veículos de comunicação. O motivo da premiação foi o seu trabalho desenvolvido frente da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, e ainda a proposição do PL-255/2007, que criou o pregão eletrônico nos órgãos da administração direta do Estado. Esta mesma premiação também foi recebida por seu pai na década de setenta.
Nas eleições de outubro de 2010 foi eleito, novamente, deputado federal com o apoio de 92.394 gaúchos, sendo o único deputado de seu partido a conseguir uma cadeira na Câmara Federal. Nelson Júnior assumiu o seu mandato de 2010 até dezembro de 2014.
Em 2014 concorreu a reeleição para Deputado Federal sendo reeleito a Câmara Federal agora com 119.375 votos. Nesse período, em 2015, foi escolhido pelo presidente nacional do partido para ser o Presidente Estadual do PSDB. Exerceu o mandato de deputado federal até 2016.
Em 2016 foi escolhido pelo partido para concorrer a Prefeitura de Porto Alegre elegendo-se em segundo turno com 402.165 (60,5%) votos dos portoalegrenses. Exerceu o cargo de prefeito da capital gaúcha até 2020, quando concorreu a reeleição obtendo 136.063 votos sendo derrotado desta vez.
Em 2022 concorreu novamente à Câmara dos Deputados obtendo 62.599 votos, ficando na suplência ao cargo.
Nelson Marchezan Júnior é o representante da Família Marchesan na política nacional. Como vimos acima, Nelson Marchezan Júnior herdou todas as qualidades de seu pai como carisma, competência, coerência e trabalho.
XVI) O POETA JOSÉ MARCHESAN.
Quinto filho de Innocente (ou Inocêncio) e de Corona Mathéa Armelini, neto do imigrante Giuseppe e Maria Carlesso. Nasceu em Jaú no dia 27 de maio de 1897. José era um homem guerreiro, trabalhador e com grande criatividade e versatilidade que o fez destacar-se em vários setores da sociedade de Itapuí, Jaú e São Paulo (capital).
Aos 20 anos de idade resolveu se casar com Rosa Forastieri, com 20 anos. A cerimônia religiosa ocorreu no dia 16 de fevereiro na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio. O casamento constituiu-se em acontecimento social de relevo, conforme registrou o jornal “O Comércio de Jahu” na edição de 18 de fevereiro de 1922.
Por volta de 1926 adquiriu de Arnaldo Vieira da Cunha uma serraria. Plantava pequenas lavouras onde cultivava alimentos para seu próprio sustento e para seus empregados, produzindo café e o arroz que beneficiava com as máquinas que mantinha em sociedade com José Colagrossi. Nos momentos de folga levava com seu caminhão, sua equipe de empregados até as margens do Rio Tietê onde realizavam grandes pescarias.
Tantas atividades não o impediram de exercer também, as funções de delegado auxiliar de polícia, utilizando-se de seu próprio caminhão para realizar as diligências e detenções. Foi ainda, maestro da banda musical da cidade animando os mais expressivos acontecimentos, desde festividades escolares e juninas até as carnavalescas, animando com seus músicos, que também eram seus empregados, os desfiles e bailes do tríduo de momo. Também foi diretor da Associação Atlética Mandacaru e Ford Futebol Clube. Nas horas disponíveis, colaborava com freqüência nos jornais da cidade e região, com seus escritos e versos.
Em 1934, ante a incessante crise econômica deflagrada em 1929 com a quebra da Bolsa de Nova York e agravada com acontecimentos políticos que culminaram com a revolução de 1932, viu-se obrigado a encerrar as atividades de sua serraria. Vendeu suas propriedades ao Sr. José Maria de Almeida Prado, pagando as dívidas que possuía. Transferiu-se então para Jaú, instalando com o maquinário restante pequena marcenaria nas oficinas de seu sogro Antônio Forastieri. Aos 36 anos de idade, com cinco filhos menores, voltava a exercer sua profissão de origem que era marceneiro. A situação financeira era precária, o que não o impediu de continuar uma vida ativa e produtiva, ingressando nos principais clubes da cidade, como a Dante Alighieri, o Clube Dançante Operário, a Sociedade Recreativa Jauense e a Associação Atlética Palmeiras, sempre participando de eventos sociais, esportivos e literários. No “Operário” (depois Grêmio Paulista de Jaú) organizou e dirigiu orfeão, que entoava peças clássicas e populares. Na “Recreativa”, em companhia de Manoel Porto e outros, organizou memoráveis festivais teatrais, produzindo peças com letra e música de sua autoria e interpretadas pelos artistas amadores da época. Data dessa época a fundação da Rádio Sociedade Jauense. José Marchesan não ficou alheio, participou de programas dirigindo conjuntos musicais e cantores e interpretando ele próprio, muitas de suas inspiradas composições. José Marchesan integrou na juventude, várias equipes de músicos que acompanhava pelo interior afora, os denominados “circos de Cavalinhos”, nos locais mais distantes, penetrando inclusive o Paraguai.
Em 1936 Jaú, como todo o estado de São Paulo, sofria devido à estagnação da economia. A queda do café e ainda as conseqüências de duas revoluções seguidas, a de 1930 e 1932, transformaram a até então progressista cidade em uma autêntica cidade morta. Por este motivo, em 31 de outubro de 1936, José Marchesan mudou-se para a capital paulista em busca de melhores condições. Lá prosseguiria sua incessante luta em busca de melhores dias para a sua família. Seus primórdios na capital foram cheios de lutas, enfrentando os primeiros fracassos, como a compra de uma pequena leiteria, a qual se situava na Rua Carvalho de Mendonça, nos Campos Elísios, que pouco vendia e durou pouco mais de um ano.
Embora José tenha realizado apenas o primário, obteve colocação em concurso realizado na Companhia de Viação e Publicidade, com sede na Praça da Sé nº 53, de propriedade de um grupo liderado pelo Cel. Francisco Vieira, posteriormente eleito senador. Lá ele cuidava de toda a parte administrativa, contábil e financeira. Seus ganhos não eram elevados, mas o suficiente para manter sua família. Porém os objetivos desta empresa não eram bem visto, produzia e vendia “passes” de ônibus, em cujo verso se inseria publicidade, numa época em que São Paulo não atingira a casa de seiscentos mil habitantes e ônibus ainda era um meio de transporte de luxo. Mas o conceito que lá adquiriu, deu a José condições de acesso a novas atividades. A primeira foi na Cooperativa Central de Laticínios, que produzia o conhecido Leite Paulista. Ali se dedicou às especialidades de produção e vendas de um produto ainda não consagrado, qual seja o leite “pasteurizado”. Na São Paulo de então o leite pasteurizado era recusado pela maioria dos consumidores, que preferia o denominado “Leite Cru da Capital”, produzido pelos rebanhos mantidos nos arredores da capital por vaqueiros portugueses. O sucesso não tardou e a Cooperativa de Laticínios redobrou suas vendas, tanto de leite como os de derivados, como o queijo e a manteiga.
Vencida a batalha do leite pasteurizado, José, sempre criativo, propôs à Cooperativa produzir um composto de leite, aveia e chocolate, a ser vendido em locais públicos e nas escolas. Assim nasceu o “Frutex”, embalado em frasquinhos de 250 ml e vedado por tampa de metal, forrada de papelão encerado, com pequena perfuração na qual se introduzia um canudinho de palha para tomar o refresco. Sempre em busca de inovações, José lançou a guloseima com vários sabores, como guaraná, aveia, chocolate, etc., firmando convênios com grandes empresas, dentre elas a Antarctica, Sidney Ross e Aveia Puritas, alcançando sucesso invulgar. A distribuição era feita por caminhões do Leite Paulista, que distribuíam o “Frutex” em todos os acontecimentos de vulto, como jogos, corridas de automóveis, festivais públicos, feiras agrícolas e industriais onde se vendia qualidade a preços populares. Lembra-se que um dos mais expressivos eventos realizou-se na própria sede da Cooperativa, qual seja, a escolha da representante do Leite Paulista em concurso de beleza. A vencedora foi Isaura Garcia, então no início de sua brilhante carreira, que culminou por consagrá-la uma das maiores interpretes da música popular brasileira. Ressentido pelas injustiças sofridas, afastou-se da Cooperativa Central de Laticínios. Foi o quanto bastou para a imediata decadência do “Frutex”, que em mãos inábeis, deu lugar a outros similares, que tinham a ampará-los, empresas modernas e de maior tino comercial.
Não demorou e a raça guerreira dos Marchesan, colocava José em nova atividade. Ocorria a instalação da recém criada Escola Técnica de Aviação, sob o controle do Governo Americano que passava a ocupar parte das dependências do denominado Serviço de Imigração, na confluência das ruas Almeida Lima e Visconde de Parnaíba, em pleno bairro do Brás. José montou ali, uma bem equipada lanchonete que era freqüentada pelos alunos e professores da Escola, estes em sua maioria, americanos. Foi aí então que valeram os predicados culinários de sua esposa Rosa Forastieri, que preparava deliciosos pratos da cozinha italiana. Alguns anos depois, a transferência da Escola afastou a melhor clientela e José viu-se obrigado a vender a lanchonete.
A versatilidade de José Marchesan para os negócios, mais uma vez se fez perceber. Na mesma Rua Visconde de Parnaíba, partiu para um novo empreendimento, desta vez uma fábrica de calçados masculinos. Chegou a aprender muitos segredos da nova função, mas decididamente não se dava bem no trabalho do couro e manejos destas máquinas. Ele tinha entranhado nas narinas o agradável aroma da madeira.
Convidado pelo advogado Paulo Vieira, dedicou-se a atividades ligadas a advocacia, entremeando incursões políticas, ele que nos áureos tempos de Itapuí ajudara a eleger vários amigos como foi o caso de Paulo Vieira, eleito vereador a Câmara Municipal de São Paulo. Porém Marchesan sempre se recusou sempre a candidatar-se a cargos políticos, ainda que a popularidade adquirida fosse mais do que suficiente para assegurar-lhe vitórias. Obteve nomeação para posto de relevo na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, onde fez grandes amizades como a de Brasil Bandecchi, que lhe dedicou peças de sua autoria.
Residiu por algum tempo em Penápolis, percorreu as muitas regiões do estado paulista e finalmente retornou a Jaú, onde adquiriu de José Maria Litério, bem montada marcenaria, localizada na Rua Rangel Pestana, pouco abaixo da Amaral Gurgel.
José Marchesan e Rosa Forastieri viveram uma feliz união durante quarenta e três anos, entremeando bons e maus momentos.
Após longa e pertinaz enfermidade, falecia Rosa, tirando de José, o alento pela vida. Não suportando tão dolorosa perda, falecia o guerreiro José em janeiro de 1965, sendo sepultado no cemitério São Paulo.
Como vimos então, José Marchesan fez parte da comunidade e faz parte da história de Jaú tendo seu nome imortalizado com a denominação de um logradouro, a “Rua José Marchesan”.
Pessoas como José Marchezan de Jaú, os irmãos Luis e Armando Marchesan de Matão e o político Nelson Marchezan, enalteceram e destacaram o sobrenome Marchesan no Brasil inteiro.
XVII) O PADRE JOSÉ MARCHESAN.
José Marchesan nasceu no dia 22 de julho de 1929 em Sítio dos Mello, hoje interior de Faxinal do Soturno, mas que naquele tempo pertencia a Cachoeira do Sul. Era o penúltimo de treze filhos de Eugênio Marchesan e Ângela Stona, neto dos imigrantes Giuseppe Marchesan e Ângela Doviggi. Por desejo de sua mãe seguiu a carreira religiosa. Estudou nos seminários de Santa Maria, São Leopoldo e na Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em Roma no dia 12 de julho de 1959. Foi Vigário Cooperador de Frederico Westphalen, Vigário Ecônomo de Taquaruçú do Sul nomeado por Prov. de Dom João Hoffmann, 1º Bispo de Frederico Westphalen em 15.07.1962 (L. I. Fl. 1), Pároco de Taquaruçú do Sul nomeado por Prov. de 16.09.1963 (L. I., fl. 11). Tomou posse a 27.10.1963, pelas 9 h, na presença do Padre Grassi, “sendo aí, na qualidade de delegado de S. Excia. Rvma. o Sr. Dom João Hoffmann” e das testemunhas Lindo Cerutti e Natal Albarello. Permaneceu como pároco até 21.02.1965. Porém neste período, teve que se afastar para tratamento de saúde em Porto Alegre. Foi Vigário substituto de Caiçara, Sobradinho (1959-1960), Tenente Portela, Pároco de Tenente Portela e Vicente Dutra. Atuou também por um breve tempo em Erval Seco e Vila Trindade. Assumiu como Pároco de Palmitinho em 24 de fevereiro de 1980, onde exerceu suas atividades sacerdotais até sua morte em 18 de janeiro de 1991.
O jovem José viajou para Roma para estudar na Universidade Gregoriana. Em 12 de julho de 1959 foi ordenado Sacerdote e no dia 13 às 6h 30 min, celebrou sua primeira missa na Capela dos Papas das Catacumbas de S. Calixto. Permaneceu em Roma ainda por cinco anos antes de retornar ao Brasil. Neste período cursou Filosofia, Teologia e Direito Canônico. Quando retornou ao Brasil ainda fez os cursos de Filosofia pela segunda vez, provavelmente em Santa Maria, quando estava no Seminário São José. Também em Santa Maria fez o curso de Psicologia. No período que esteve em Vicente Dutra, fez o curso de Direito Civil em Cruz Alta.
Em Porto Alegre permaneceu por vários anos na Paróquia São Pedro quando aproveitou para realizar a Residência em Psicologia. Padre José tinha uma personalidade forte e por este motivo tinha atritos freqüente com seus colegas e preceptores de residência segundo ele próprio e que podemos confirmar pela sua auto-avaliação realizada durante o curso. Ele expressava a sua opinião doesse a quem doesse.
Em 24 de fevereiro de 1980 assumiu a Paróquia de Pamitinho onde permaneceu por mais tempo, praticamente onze anos.
Padre José era muito querido pela população que iam lhe pedir benções. Quando surgia uma peste na lavoura ou na horta, pediam para padre José dar uma benção à sua lavoura e a peste desaparecia.
No começo de 1991, Padre José combinou com seu irmão Ricardo e sua sobrinha Rosana de Caiçara, uma viagem à terra natal para visitar a sua irmã Dileta que lá morava. Combinaram então de partirem sexta-feira, dia 18 de janeiro bem cedinho. Por volta das 6h e 30 min daquela sexta feira, Padre José partiu de Palmitinho. Ele estava feliz porque ia rever sua irmã que há muito tempo não a via. Padre José encontrou-se com Ricardo e Rosana e partiram com destino a Faxinal do Soturno.
Mas por volta das 9h 30 min o Rio Grande do Sul ficou chocado com a notícia de um violento acidente com seis vítimas fatais corrido na BR 158, entre Julio de Castilho e Cruz Alta, próximo ao trevo de acesso a Tupanciretã. O carro do Padre José se chocou frontalmente com outro carro onde viajavam mais três pessoas. Todos morreram no local. No dia seguinte, 19 de janeiro, um sábado, todos os jornais do estado noticiavam o trágico acidente: O Jornal Zero Hora de Porto Alegre estampava a seguinte manchete: “Seis pessoas morrem na colisão de dois automóveis na BR-158”. A síntese da notícia era: “Um buraco na rodovia, próximo a Júlio de Castilhos, levou um dos veículos à contramão. Então houve a colisão frontal na estrada”. Na íntegra, os detalhes: “Seis pessoas morreram na manhã de ontem na BR-158, entre as cidades de Cruz Alta e Julio de Castilhos. O acidente aconteceu às 9h30min, envolvendo um Fiat Uno de placas JJ-3776 de cidade de São Gabriel e um Gol de placas OL-2729, da cidade de Palmitinho. Segundo a polícia de Julio de Castilhos, o Gol dirigido pelo pároco de Palmitinho, padre José Marchesan, chocou-se de frente com o Fiat que estava na contramão para desviar de um buraco no meio da estrada após uma curva.
Todos os tripulantes, tanto do Gol como do Uno, morreram na hora. No Fiat viajavam o bancário José Correia Azambuja, 56; sua filha Ana Claudia Azambuja, 23; e a neta Ana Laura Azambuja, de 2 anos e meio. No Gol seguiam José Marchesan, 61; Rosana Marchesan, 33 e Ricardo Marchesan, 75.
Os corpos ficaram completamente dilacerados. O volante de um dos veículos, com o impacto da colisão, se desprendeu do painel, e só foi encontrado cerca de 150 metros do local do acidente. O Gol vinha de Palmitinho, e o Uno seguia em direção ao Mato Grosso. Os corpos foram para o IML de Julio de Castilhos, onde ficaram à espera de familiares”.
Outro jornal de Porto Alegre, o Correio do povo, estampava a manchete: “Batida frontal de dois carros mata seis”, e o subtítulo era: “Padre em alta velocidade com gol, invade outra pista na BR 158 e colide com Uno”. A notícia na íntegra relatava o seguinte: “Cruz Alta – Seis pessoas morreram ontem de manhã na BR 158, entre Julio de Castilhos e Cruz Alta, quando um Fiat Uno e um Gol, que trafegavam em pistas contrárias, se chocaram. Os ocupantes dos dois carros tiveram morte instantânea. O Gol, placas OL 2729, de Palmitinho, era dirigido pelo padre José Marchezan, 61 anos, vigário da paróquia Santa Teresinha. Ele vinha em alta velocidade, passou para a pista contrária e bateu contra o Uno, placas JJ 3776, de São Gabriel.
No carro do padre estavam seu irmão Ricardo Marchezan, 75 anos, e sua sobrinha, Rosana Marchezan Dalmolin, 31 anos ambos de Caiçara. No Fiat estavam José Corrêa Azambuja, 56 anos, sua filha, Ana Claudia Corrêa Azambuja Vieira, 23 anos, e sua neta, Ana Laura Azambuja, de dois anos e meio de idade.
O choque foi violento. Os corpos ficaram totalmente estraçalhados. Os volantes foram encontrados a cerca de 150 metros do local do acidente. Os ocupantes do Gol seguiam para Faxinal do Soturno, onde visitariam parentes e amigos, enquanto que os passageiros do Uno seguiam em direção ao Mato Grosso. Atrás dele, seguia um carro com outras pessoas da família. Elas viram o acidente e foram internadas no hospital de Julio de Castilhos em estado de choque”.
Podemos observar que os dois grandes jornais pecaram em afirmar como teria ocorrido o acidente, em menos de 24 horas, sendo que certamente ainda não havia saído o resultado de qualquer perícia. Um jornal afirma que o Gol invadiu a pista contrária e o outro afirma que o Uno teria invadido a outra pista.
Os corpos dos Marchesan retornaram para suas cidades. Padre José Marchesan foi velado com grande comoção da comunidade em Palmitinho onde foi sepultado. Teve o reconhecimento da comunidade recebendo uma digna homenagem com a colocação de seu nome em uma das ruas de Palmitinho: Rua José Marchesan.
Como vimos então Padre José Marchesan ficou conhecido em uma grande região do Rio Grande do Sul, pois como vimos trabalhou nos municípios de Porto Alegre, Sobradinho, Frederico Westphalen, Tenente Portela, Caiçara, Seberí, Taquaruçú do Sul, Erval Seco e Vicente Dutra.
XVIII) A MAIOR INDÚSTRIA MARCHESAN.
Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu S/A.
Neste trabalho de pesquisa da família Marchesan, não poderia faltar a história da maior empresa da nossa família. A empresa “Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu S/A” localizada na cidade de Matão no estado de São Paulo é a maior indústria no setor de implementos e máquinas agrícolas da América Latina. Este ano completa sessenta anos, tendo sido fundada pelos irmãos Armando e Luís Marchesan.
Armando e Luís são filhos de José Marchesan e netos do imigrante Giovanni Marchesan que veio da cidade de Castello di Gôdego em Treviso, no ano de 1896. José, o filho mais velho de Giovanni, se casou com Zaira Bocchi com quem teve quatro filhos: Orlando, Armando, Iolanda e Luís. Mas o destino foi cruel com estas quatro crianças. A mãe Zaira, faleceu com apenas 29 anos e cinco anos após, falecia também José com apenas 36 anos. Ficaram então os quatro pequenos órfãos, sendo que o mais velho Orlando, tinha apenas quatorze anos e o caçula Luís, apenas sete. As crianças foram criadas pelos tios paternos.
As crianças foram crescendo, estudaram, e já cedo começaram a trabalhar. Armando e Luís, inicialmente, conseguiram um emprego em uma fábrica de carrocinhas.
Aos quatorze anos, Luís já sabia muito da arte de ferreiro e Armando tudo sobre carpintaria. Armando e Luís, cientes de seus conhecimentos na profissão que exerciam, resolveram trabalhar também por conta própria, já que possuíam o mais importante, a experiência nos seus ofícios. Os dois irmãos começaram então a pegar algumas encomendas, tendo como local de trabalho os fundos de casa. Para dar conta dos pedidos, trabalhavam a noite e aos finais de semana, paralelamente ao trabalho em seus empregos. Com o aumento no volume de trabalho, os guerreiros Marchesan resolveram abandonar seus empregos e trabalharem apenas em seu próprio negócio. O lucro que conseguiam era praticamente todo reinvestido no desenvolvimento de sua pequena empresa. Começava a germinar a semente da grande Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas “Tatu” S/A.
Depois de tudo o que passaram na vida, perdendo seus pais ainda crianças, finalmente a sorte começa a lhes ajudar. Em agosto de 1946 com o aumento das encomendas, Armando e Luís alugaram um barracão no centro de Matão, com 11 contos de réis que possuíam depositados na Casa Bancária Irmãos Malzoni. Arremataram de um viajante todo o material necessário para a melhoria de sua fábrica de carroças e charretes. Em 1º de janeiro de 1947, com um capital social de Cr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros) nascia legalmente a Oficina Brasil de Irmãos Marchesan com o gênero de “fábrica de veículos”, que eram carrinhos de molas e charretes. Em poucos meses a Oficina Brasil já produzia em torno de dez carrocinhas por semana com o trabalho de quatro pessoas contando com os dois irmãos Armando e Luís. A serra e a bigorna eram os principais instrumentos de trabalho, sendo esta última, adotada como símbolo da empresa. As peças de metal que necessitavam eram todas elaboradas a partir de sucatas.
Inicialmente seus produtos eram comercializados na região, mas com o passar do tempo a fama dos produtos Marchesan foi ultrapassando fronteiras e os dois irmãos já começavam a comercializar suas carrocinhas e charretes no norte do Paraná.
Armando e Luís sempre atentos na evolução, resolveram ampliar sua linha de produtos e começaram a fabricar também implementos agrícolas de tração animal, como arados, grades de discos, cultivadores de enxadas etc. O aumento na procura por estes tipos de implementos era cada vez maior. Neste ponto já não era mais possível o uso de sucata como matéria prima na confecção dos implementos, então os Marchesan começaram a usarem as chapas de aço.
Seus instrumentos artesanais de trabalho, gradualmente foram substituídos por máquinas de maior porte.
O progresso nunca ultrapassou os Marchesan, pois estavam sempre atentos à evolução na mecanização da agricultura, e com a experiência adquirida em todos estes tempos de trabalho no ramo, iniciaram a produção de implementos de tração mecânica.
Os negócios aumentavam, a demanda era maior, a competitividade crescia junto, e a indústria teve que ser ampliada. Passou então a se chamar Irmãos Marchesan Ltda. A bigorna muito utilizada na fabricação das carrocinhas e charretes, foi ficando de lado. Agora a produção era voltada a implementos para o cultivo da terra, então os dois irmãos resolveram mudar o símbolo da empresa para algo que fizesse a associação dos implementos produzidos com a sua finalidade. Se havia necessidade de criar, criatividade era o que os Marchesan já haviam provado ter de sobra. Luís conta que estavam reunidos, ele, o irmão Armando e seu guarda-livros discutindo qual a nova marca a adotar em seus produtos. Luís observou o seu filho que brincava no terreno de casa e fez a associação com um tatu que escava a terra. “Aquela cena me lembrou um tatu revolvendo o solo, e me pareceu natural que nossos produtos tivessem um símbolo desse gênero”. Então a figura do tatu passou a ser a nova logomarca da empresa Irmãos Marchesan Ltda sendo usada até hoje e que de longe identifica os produtos Marchesan.
O tempo foi passando, a empresa por várias vezes enfrentando crises na agricultura, problemas com o fornecimento do aço, mas a luta continuava. A Marchesan sempre crescendo, foi aumentando a fábrica e também aumentando o número de clientes em vários estados do Brasil.
Em 1967 a “Irmãos Marchesan Ltda” se transforma em sociedade anônima e passa a ser designada “Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu S/A”.
No final dos anos 60 e início de 70, a evolução na agricultura sofria grande impulso com a mecanização da lavoura.
A partir deste período a Marchesan inicia um processo de reestruturação que nesta década vai projeta-la no mercado externo. O mundo começa a conhecer a qualidade dos produtos com a marca Marchesan.
Em 1970 a empresa já contava com 180 funcionários. O seu perfil administrativo também sofre uma renovação. Os velhos irmãos, Armando e Luís, passam para os filhos a responsabilidade de continuar a trajetória de 24 anos de ascensão contínua desde a Oficina Brasil.
A linha de produção ganha novamente uma diversificação nos tipos de produtos fabricados pela empresa. A rede de revendedores é ampliada para todo o Brasil e as exportações que até o momento era só para o Paraguai, passa a ocorrer para vários outros países da América Latina.
No final de 1981, José Luiz Marchesan viaja para a América do Norte, com a finalidade de comercializar a marca Tatu nos Estados Unidos e Canadá. Até aquele momento o Brasil nunca havia exportado este tipo de produto para a América do Norte. Em dezembro de 1981, com o fechamento de uma carteira de exportação, abre-se uma subsidiária americana. Estava formada a “Marchesan Incorporation”. A partir deste momento as exportações atingem o restante da América Latina, Europa, Oriente Médio e África. Por volta de 1986, as exportações representavam quase 20% da produção global da Marchesan e já atingiam 23 países. Já era a maior empresa do setor na América Latina e a terceira no mundo, possuía 3.500 funcionários e a diversificação de produtos chegava a 450 tipos diferentes de implementos.
Os produtos Marchesan, antes serem colocados no comércio, são testados em seus campos de prova nas lavouras do grupo, onde são analisados por engenheiros e técnicos especializados com rígido controle de qualidade. Todo o produto com a marca Super Tatu tem a garantia de que realmente foi planejado antes de ser produzido. Com tecnologia própria sempre incentivando a pesquisa e buscando total autonomia, a Marchesan produz desde as peças mais simples destinadas a fabricação de seus implementos como um parafuso, assim como peças mais sofisticadas, até sua ferramentaria. Possui uma fundição própria com fornos modernos controlados através de computadores o que possibilita a produção de aço e ligas com qualidade superior. Tudo é feito pela própria Marchesan através de avançados métodos de projetos e produção para elaborar produtos capazes de atender as necessidades dos agricultores mais exigentes e a concorrência com outras indústrias do setor.
Atualmente a Marchesan, instalada numa área de 805.000 metros quadrados, dos quais 220.000 m2 de área coberta, fabrica produtos da mais alta qualidade o que é comprovada através da exportação para mais de 50 países no mundo inteiro como Estados Unidos, Canadá, México, Austrália e outros.
Freqüentemente os veículos da Marchesan são vistos em várias partes do Brasil para um lado e para o outro. Seu setor de assistência técnica, equipado com unidades volantes, está tecnicamente preparado para prestar socorro e auxílio ao agricultor em qualquer parte do Brasil.
Isto é um pouco da história da Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu S/A, a Super Tatu. Uma empresa que começou com o espírito guerreiro de dois Marchesan, que órfãos desde os sete anos de idade, começaram apenas com a sua vontade de trabalhar e aos poucos, mas sem parar no tempo, foram construindo seus sonhos, e numa trajetória de sessenta anos edificaram um patrimônio que jamais imaginaram. Histórias como a de Armando e Luís Marchesan e ainda a do ex-deputado Nelson Marchezan, orgulham-nos de fazer parte desta família.
Armando Marchesan
Luiz Marchesan